Era uma vez… 19 de dezembro de 2010
Era uma vez um corpo de 15, 17 anos. Com muitas marcas; nas pernas,nos braços, na barriga. Cada marca uma história. História de bicicleta, de cinta, de pipa, de gravidez, de travessuras…Algumas mais recentes, outras de um tempo que o corpo não se lembrava mais. O corpo ficou preocupado por não lembrar de tudo! Como eu posso esquecer de uma marca em mim? De tanta preocupação foi procurar um especialista em memórias do corpo. Fez um trabalho intenso! Completo. Conseguiu deitar e relaxar. Parou de pensar na correria do dia que lhe cansava as pernas, a mente e o estômago. Descansou tanto que pegou no sono! Um sono tranquilo de um bom aventureiro… Foi quando as lembranças voltaram. Cada instante, cor, cheiro, som. Ao acordar, não queria mais esquecer das suas marcas. Pegou um papel e desenhou cada parte de si que continha uma história. Preencheu com cor para lembrar de tudo. Tudinho. Nos mínimos detalhes…
Educar pela história 5 de junho de 2010
Você já tentou mudar o mundo com gritos e ninguém te ouviu? Isso te deixou nervoso(a) e inquieto(a), trazendo uma sensação de impotência?
Através da educação acredito que posso mudar meu mundo. Sei que não é um trabalho fácil! Mas para ser um educador tem que acreditar no que faz e gostar do que faz. Me espelho em muitos educadores e um deles é o Roberto Carlos Ramos. Assisti ao filme “O contador de histórias” e me vi na luta do dia-a-dia de um educador diferente; com outras armas para mudar a educação do país.
Vamos que vamos, educadores do Brasil!!!
Para conhecer o site do filme CLICK AQUI
Autorretrato 26 de agosto de 2009
Autorretratar-se com um desenho, com palavras, com vídeo, com o corpo.
Quem sou eu?
Olhar-se é difícil. Entrar em contato com os seus verdadeiros traços, pensamentos, formatos, requer força e disponibilidade para enfrentar-se.
Olhar-se, realmente, no espelho é ter a coragem de ir ao desencontro dos padrões de beleza impostos por nossa cultura. Somente assim podemos nos reconhecer e valorizar a nossa beleza.
Aqui compartilho uma linda experiência de uma aluna que realizou dois autorretratos. Começar com as descobertas pessoais sobre suas características foi importante para identificar descontentamentos com o próprio corpo. Propus uma observação longa das características do rosto, percebendo os traços, marcas, cores e distâncias. Após uma longa investigação, desenhamos nossos traços no papel. Será que ficou com nossas características?
Passamos para a próxima etapa: lembrar das nossas características e reproduzí-las novamente, agora, cegos! (de olhos vendados)
“No auto-retrato cego eu senti que estava fazendo uma
imagem que não tinha nada a ver comigo, mas depois
eu vi e entendi que com os olhos fechados nos
desenhamos realmente e com os olhos abertos
como gostaríamos de ser!”
L.S

autorretrato

autorretrato cego
Tribo Omo 14 de agosto de 2009
Cores no corpo para identificar uma identidade, uma cultura, valores. Podemos achar “coisa de outro mundo”, mas é o nosso! Para eles essa forma é a beleza. E para a nossa cultura?

tribo omo
“As tribos do Omo.
Aos confins da Etiópia, a séculos da modernidade, Hans Sylvester fotografou durante seis anos tribos onde homens, mulheres, crianças, velhos, são gênios de uma arte ancestral.
A seus pés, o rio do Omo, à cavalo sobre um triângulo Etiópia-Sudão-Quênia, o grande vale do Rift que se separa lentamente da África, uma região vulcânica que fornece uma imensa palheta de pigmentos, ocre vermelho, caulim branco, verde revestido, amarelo luminoso ou cinza das cinzas.
Eles têm o gênio da pintura, e o seus corpos de dois metros de altura é uma imensa tela. A força de sua arte está em três palavras: os dedos, a velocidade e a liberdade.
Desenham com as mãos abertas, com a extremidade das unhas, às vezes com um pedaço de madeira, um colmo, um caule esmagado. Gestos vivos, rápidos, espontâneos, além da infância, este movimento essencial que procuram os grandes mestres contemporâneos quando aprenderam muito e tentam esquecer tudo.
Apenas o desejo de se decorar, de seduzir, de ser bonito, um jogo e um prazer permanente. É suficinte para eles mergulharem os dedos na argila e, em dois minutos, sobre o peito, os seios, o pubis, as pernas, nasce nada menos que um Miro, um Picasso, um Pollock, um Tàpies, um Klee…” (tradução do francês – Sônia Skroski)
Quer mais ver mais? Clik aqui Nesse site você pode baixar todas as fotos. Uma mais linda que a outra!
As coisas
as coisas
As coisas têm peso,
massa,
volume,
tamanho,
tempo,
forma,
cor,
posição,
textura,
duração,
densidade,
cheiro,
valor,
consistência,
profundidade,
contorno,
temperatura,
função,
aprência,
preço,
destino,
idade,
sentido.
As coisas não têm paz.
(Arnaldo Antunes in “as coisas” Ed. Iluminuras 1993)
As coisas não têm paz, estão em constante movimentação pelo mundo interno e externo. Temos o direito de conhecer, ver e sentir. Sentir, ver e conhecer nosso corpo, nossos pensamentos, nossas possibilidades, vontades,…
Conhecer-se pelo contorno, volume, idade, valor. Perceber nossa aparência, as características, marcas, linhas, cicatrizes.
Ver-se dentro de um grupo(sociedade) e reconhecer seu valor, sua consistência, para que esse grupo consiga movimentar-se.
Ter consciência do seu cheiro, da sua densidade, dos seus gostos.
Então, usamos a arte como meio para mostrar ao mundo nossas reflexões. E é através dela que a forma, a cor, a textura, a temperatura, o sentido estão presentes e abertos para o mundo.